
Brasil retoma lançamentos suborbitais no CLBI com o foguete VS-30
Autor: Anderson Henrique, José Henrique Fernandez - Puclicado em: 12/10/2024
Retomada dos lançamento no CLBI
O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), no Rio Grande do Norte, está se preparando para retomar suas atividades de lançamento de foguetes suborbitais após um hiato que durou alguns anos. Em setembro, o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) organizou uma reunião importante para discutir os detalhes da Operação Potiguar F01, cujo principal objetivo é o lançamento do foguete VS-30 que será utilizado para experimentos científicos, agora previsto para o final de novembro de 2024. Esse retorno aos lançamentos suborbitais marca uma nova fase de atividades para o centro, com foco em recuperar suas capacidades operacionais e reafirmar sua importância no cenário aeroespacial nacional e internacional.
Um aspecto relacionado à importância do cenário aeroespacial internacional é o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), assinado em Alcântara MA, com os Estados Unidos, em 2019. Esse acordo permite que empresas internacionais, principalmente as que utilizam tecnologia americana, façam uso comercial da base de Alcântara, garantindo a proteção de informações de suas tecnologias. Com essa parceria, o Brasil se posiciona como um importante local de lançamentos comerciais, aproveitando a localização do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), que devido à sua proximidade com a linha do Equador torna o lugar mais interessante para lançamentos de satélites, pois permite uma grande economia de combustível, tornando o CLA ainda mais atrativo para investidores interessados em operações espaciais.
Operação Potiguar F01
O projeto da Operação Potiguar F01 foi dividido em duas partes:
A primeira, com previsão para ser executada em novembro de 2024, consiste em fazer o lançamento e testar o sistema de localização de rastreamento do foguete com carga útil inerte. Isso significa que o foguete será lançado sem um experimento ou carga específica, apenas para verificar se os sistemas de monitoramento e controle estão funcionando corretamente e manter o CLBI atualizado e treinado na execução das rotinas e protocolos de lançamento.
A segunda parte, prevista para 2025, se concentrará em avaliar o sistema de recuperação da Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM). Este projeto, desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) com apoio financeiro da Agência Espacial Brasileira (AEB), permitirá que o Brasil tenha sua própria plataforma para realizar experimentos em condições de microgravidade.
O Brasil também tem avançando em projetos como o VLM (Veículo Lançador de Microssatélites), programa que substituiu o VLS (Veículo Lançador dê a Satélites). O VLM visa agora lançamentos de satélites menores e mais leves. O VLS buscava autonomia no lançamento de satélites maiores e mais pesados, portanto tanto o foguete quanto suas cargas úteis exigiam um investimento muito maior de recursos. Enquanto que, agora, o VLM representa uma solução mais acessível e eficiente para a crescente demanda por pequenos satélites. Com a constante evolução do desenvolvimento desses veículos lançadores e da Operação Potiguar F01, o Brasil luta por ficar entre os países mais relevantes no setor espacial global e ser uma das poucas nações do planeta com efetivo acesso ao Espaço.